Agencia Cultural do SEBRAE

sexta-feira, setembro 01, 2006

AULAS NA MATA



"Sempre há amor nos homens quando as tardes findam."
Berilo Wanderley

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VI Festival do Vídeo Potiguar
Rua Chile - 3º LUGAR NO FESTIVAL

Estamos (Agência Cultural/SEBRAE/SESI, INSTITUTO ITEC, GALERIA ZOON - PONTO DE CULTURA) felizes pelas críticas e premiação (3º lugar) do Documentário Rua Chile, produzido por alunos do Ponto de Cultura Zoon, após oficinas de capacitação de Roteiro e Produção, Câmera de Cinema e Vídeo e Edição e Finalização, tendo como Diretor Carlos Tourinho, idealizador do Programa Cinema para Todos.

A parceria deu-se através da Agência Cultural SEBRAE/SESI com o Instituto ITEC e a Geleria Zoon - Ponto de Cultura, tendo por objetivo integrar fortalecer e fomentar a produção cinematográfica natalense, oferecendo aos jovens mais uma oportunidade de qualificação profissional, e despertar as possibilidades de empreender o próprio negócio.

A produção desse vídeo foi mais uma oportunidade que os alunos tiveram para viver, na prática, o mundo cinematográfico, desde a escolha do tema para o roteiro, passando pela pesquisa e produção, até a edição e finalização.

Parabéns a todos que participaram e participam desse projeto, em especial aos alunos vindos de diversas cidades do RN.

Parabéns pelo 3º lugar!

Carpideira, de Ricardo Granito, foi o vencedor do Festival, evento que integra o 16º Festival de Cinema de Natal. O 2º lugar, conferido pelo júri oficial, foi para “Marrom”, vídeo de ficção, dirigido por Emanuel Grilo, que narra a história de um cidadão comum e suas lembranças de um dia muito louco ao lado de uma tal Carol.



UM RIO, UMA RUA
(Vicente Serejo)

Quem passa pela Rua Chile,
principalmente nas noites
mais desertas e tristes, pode ver:
ela também é um rio. Um rio-rua
Afluente mágico do Potengi,
como vizinho velho e íntimo,
com seu tempo feito de águas mansas,
passando... passando...

Quem sabe, essa rua,
de tão velha e de tão íntima,
virou mesmo um rio a correr
à procura da cidade antiga,
perdida entre lembranças...
Onde estão suas moças prendadas
e seus Homens antigos, tão iguais?

A Rua Chile é um rio do tempo,
cheio de rostos e restos,
lambendo as pedras antigas do cais,
arrastando seu cansaço, entre casarões.
Rio humano, escondido entre as sombras
velhas de suas ruínas espectrais...

Rio cheio da mais úmida solidão
à procura da cidade morta,
caída no silêncio pesado
de tantos mortos esquecidos.
Rio de gargalhadas surdas,
prisioneiro das velhas janelas
que se abrem numa agonia de tristes ais...

Onde seus marinheiros tristes,
velhos aventureiros ancestrais?
O hálito morno de suas madrugadas
Tão alegres que não voltam mais?

Rua Chile, rua-rio, rio-caminho.
Quanto de suas águas, rua-cais,
hoje tão sujas, não estão mortas nos
becos tristes do nunca mais...



AULAS DE MÚSICA NO PARQUE



Nesse próximo domingo, aproveitando que as atividades do Domingo no Parque acontecem durante todo o dia, o Som da Mata preparou não uma, mas duas atrações especialíssimas: professores que acompanhados de feras vão dar aulas de música ao público.


Alexandre Moreira, mestre de bandolin, cavaquinho e violão 7 cordas, por quem já passaram Diogo Guanabara, Rafael Almeida e Ariane Salgado, vai apresentar o melhor do choro acompanhado por Silvano Cardoso ao violão, Xumbinho no cavaquinho
e Déo no pandeiro.


Show: Alexandre Moreira

Local: Anfiteatro Pau-brasil | Parque das Dunas
Data: 3 de setembro - domingo
Hora: 11h00
Ingresso: Entrada Franca



Eduardo Taufic não é novato no projeto Som da Mata, mas pela primeira vez vai apresentar seu trabalho solo, resultado de anos de estudos, shows e gravações com os melhores músicos do estado.
Ao seu lado no palco, nada menos que Manoca Barreto na guitarra, Junior Primata no baixo e Darlan Marley na bateria.

Show: Eduardo Taufic
Local: Anfiteatro Pau-brasil | Parque das Dunas
Data: 3 de setembro - domingo
Hora: 16:30h
Ingresso: Entrada Franca

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quarta-feira, agosto 30, 2006

CIRQUE DE SOLEIL



“Todo rio tem sua margem.”
Marize Castro

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Desde 1995 o Cirque du Soleil desenvolve o programa
Circo do Mundo no Brasil com a Fase, uma ONG
brasileira de desenvolvimento


Empresas
Gerente do Sebrae entrevista integrantes do Cirque du Soleil

Estudo do caso estará em revista editada pelo Sebrae sobre Cultura, Entretenimento e Negócios, que será lançada em setembro

Beth Matias

São Paulo - O Sebrae Nacional lançará em meados de setembro uma revista sobre Cultura, Entretenimento e Negócios. A publicação tem por objetivo, segundo o gerente da Unidade de Comércio e Serviços do Sebrae Nacional, Vinicius Lages, mostrar as possibilidades dessa economia da cultura como fonte de estratégias para os negócios, a maioria pequenos empreendimentos ou até mesmo de indivíduos.

O Cirque du Soleil está no Brasil pela primeira vez para a apresentação de seu espetáculo saltimbamco. A temporada em São Paulo começou dia 3 de agosto e fica até 22 de setembro. Em outubro, o espetáculo estréia no Rio de Janeiro. O público previsto é de 240 mil pessoas em São Paulo e 120 mil no Rio.

Vinicius Lages aproveitou a passagem da trupe pelo Brasil e logo na primeira semana de agosto participou de uma 'reunião-entrevista' com Gil Favreau, diretor de Ação e Responsabilidade Social, e Agathe Alie, Relações Públicas, ambos do Cirque du Soleil, com Cléia Silveira, do projeto Fase (Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional), que atua em seis Estados brasileiros e tem sede no Rio de Janeiro, e de Júnior Perim, articulador do projeto Circo do Mundo no Brasil.

Desde 1995 o Cirque du Soleil desenvolve o programa Circo do Mundo no Brasil com a Fase, uma ONG brasileira de desenvolvimento, que assumiu a liderança e desenvolveu o programa de circo social. A Rede Circo do Mundo Brasil envolve 22 organizações brasileiras que auxilia jovens em situação de risco com programas de cunho social através do circo.

O Sebrae no Rio de Janeiro, por meio de seu superintendente Sérgio Malta e da consultora Heliana Marinho, apóia as iniciativas da Fase e do Circo do Mundo no Estado. “Para este número especial da Revista já temos uma série de matérias linkadas e junto com a Valéria Barros, do Sebrae Nacional, nós definimos um foco de tentar uma aproximação com o Cirque du Soleil, aproveitando sua passagem pelo Brasil”, diz o gerente.

Segundo Lages, a idéia foi conversar sobre que lições de negócios, de estratégias, de inteligência e de criatividade há para se tirar de um negócio como o Cirque du Soleil. “Eles têm uma visibilidade enorme, enquanto um negócio em si, que era pequenininho e virou uma multinacional, um empreendimento em escala planetária do entretenimento, mas mantém uma relação muito próxima com seu fundador, com a alma do negócio, com sua origem”.

O gerente explica que a estruturação da reportagem sobre o Cirque du Soleil será sobre a estratégia de negócio, na preposição de valor desse negócio. “Queremos ver um pouco mais de perto o quanto isso pode ser aproveitado pelo mundo dos negócios, dos pequenos negócios e assim esse novo olhar sobre a realidade social e a produção cultural desses territórios que nós trabalhamos e de que maneira a gente pode aprender juntos”.

O Cirque du Soleil virou estudo de casos em diversas escolas de MBA do mundo, de Havard (Estados Unidos) ao Ensead (França) e até mesmo no Brasil. Várias empresas de consultoria empresarial usam a preposição de valor do Cirque du Soleil, um negócio inovador. Cerca de 1% do faturamento do empreendimento é destinado a ações de responsabilidade social em todo o mundo.

“Eles se abrem como antenas parabólicas para o mundo inteiro para recrutar novos talentos, com um grupo específico que tem contatos no mundo inteiro, descobrindo novos talentos, novas idéias para os seus shows e espetáculos”. Segundo o gerente, Favre e Agathe Alie trabalham especificamente a questão social, formando multiplicadores sobre a utilização da arte circense no processo de educação de indivíduos e jovens, inspirando formações, novas profissões.

Vinicius Lages se mostrou impressionado com a elaboração do discurso dos canadenses em torno desta questão. “Primeiro não se trata de uma ação de marketing nem de filantropia, mas é uma ação que se conecta com a própria vitalidade do Cirque du Soleil, à medida que eles precisam estar interagindo com os pontos de criação no mundo inteiro para que fertilizem a criatividade da própria organização. Eles vêm novas idéias, novas performances, mas também novas dinâmicas sociais, culturais”.

Não é necessariamente, de acordo com Lages, a linha de busca das fontes para inspirar novos espetáculos, mas termina sendo, por meio da ação social, uma forma de estar olhando para o mundo e de alguma maneira para a própria origem do circo, com Guy Laliberté (fundador do Cirque du Soleil), que era um artista de rua, tocava sanfona, engolia fogo e se interagia com a precariedade social de estar na rua.

“Ele montou um negócio e virou esse negócio extraordinário. Mas a ação social do projeto lembra permanentemente que existe a rua, tem vida, tem cultura, tem idéias de gente, tem alma, tem possibilidades de reconstrução de um outro mundo que se alinha com o sonho deles”, diz.

Durante a entrevista com os diretores do Cirque du Soleil, que aconteceu no Instituto da Criança Carente, no bairro do Butantã, zona oeste de São Paulo, Lages fez uma provocação aos diretores do Cirque du Soleil. “O meu diálogo aqui também terminou provocando-os para uma relação possível, que a gente possa imaginar no futuro, Sebrae-Cirque du Soleil, relacionada a desenvolver fornecedores para diversos produtos que o Cirque du Soleil utiliza em sua butique de souvernir”.

Ao lado de cada apresentação montada pelo Cirque du Soleil há uma butique com bonecos, fantasias, chapéus, imagens, relacionadas ao merchandising da organização. Segundo o gerente, eles têm um interesse enorme de desenvolver uma cadeia de fornecedores que tenham critérios ambientais, sociais.

“Eles sabem que hoje eles compram aqueles produtos da Ásia e diversos países e que têm de passar a se preocupar de onde está vindo aquela matéria-prima, aquele produto. Então podemos nos colocar como parceiros para olhar grupos que possam produzir para eles ou se tornar fornecedores do Cirque du Soleil. É uma perspectiva bem interessante”.

A resposta da provocação, segundo Lages, foi muito positiva. “Eles disseram que podem fazer em escala regional, ou seja, para operação do circo na América Latina, na África, com outros grupos, enfim, e contar com uma instituição como o Sebrae é uma parceria estratégica muito interessante. Claro que é apenas uma especulação, uma provocação. É para a gente pensar as possibilidades”.

Uma outra possibilidade que Vinicius Lages imagina em uma possível parceria é aprender com os canadenses do circo a ter esse olhar aberto para o mundo. “Nenhuma organização do tamanho do Sebrae pode se fechar para a dinâmica que está ocorrendo no mundo, muito velozmente, da forma como a economia está mudando, o crescimento da economia, a cultura do lazer, do entretenimento. Como a cultura da economia está hibridando com outras economias tradicionais? Enfim, essa chamada economia da experiência e a própria cultura como fonte, enriquecendo estratégias de mercado, dos negócios tradicionais, da indústria do agronegócio, dos serviços, do comércio.

Para o gerente de Comércio e Serviços do Sebrae, o objetivo seria compartilhar com uma instituição como a deles, que é case mundial de estratégia de negócios, essa inteligência. “Como a gente treinaria o nosso olhar para que nós mesmos, olhando para o Brasil, para os diversos territórios, os diversos bairros, tivéssemos também um olhar treinado para captar essa criatividade das habilidades, do saber fazer e de possíveis negócios que surgem. Essa troca de DNA, de inteligência, do olhar, foi uma provocação e eles receberam muito bem”.

Vinicius Lages acredita que há interesse da organização canadense em aproveitar o tamanho de uma instituição como o Sebrae e interagir nesse olhar para o território brasileiro e desvendar realidades que não estão presentes na mídia e nem no olhar oficial da produção cultural brasileira.

A terceira possibilidade, segundo ele, é fazer uma estratégia de aproximação das redes das redes. “Eles já têm as redes globais, no Brasil há várias redes e o Sebrae já apóia iniciativas em alguns Estados. Então estamos olhando se há um papel, se nos cabe alguma sistematização metodológica da capacidade de treinar gente, de formar formadores e até enriquecer os nossos próprios métodos de ensinamento que ligue com essa energia criativa, que são as artes cênicas, performáticas”.

Trazer um pouco a aprendizagem desse mundo para o mundo dos negócios, segundo Lages, pode melhorar as relações de trabalho, de gestão de liderança, de criatividade, de trabalho de equipe. “Todo esse trabalho circense envolve muito isso: auto-estima, a busca da performance, da excelência, o limite do humano, da coreografia, do malabarismo, da capacidade de trabalhar em equipe. Você não pula de um trapézio no ar esperando que o outro estique a mão se você não estabelece uma relação de confiança com o outro. Tem aí uma aprendizagem enorme, essa valorização da vida, sobretudo, porque envolve situações de risco e , portanto, acidentes. Existem muitas lições interessantes, e certamente uma aproximação com um empreendimento seria muito rica”.

Serviço
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